Impulsividade e compulsão: Entenda as diferenças

Quem nunca comprou uma roupa ou objeto por impulso, mesmo sem necessidade? Ceder a desejos ou impulsos é algo que pode acontecer com qualquer um e não é, necessariamente, um problema. Entretanto, quando esse comportamento se torna um padrão e resistir aos desejos vira uma missão quase impossível, é preciso tomar cuidado. Duas características muito similares relacionadas à dificuldade de resistir às vontades e desejos são a impulsividade e a compulsão. Você conhece a diferença entre elas?

A impulsividade

Por mais que sejam comumente tratados como sinônimos, os dois termos se referem a comportamentos distintos. Ambos têm a ver com alterações no comportamento e situações ou ações que fogem ao controle. Na psiquiatria, entende-se como impulsividade o descompasso entre pensar e agir na busca pelo prazer ou alívio emocional. Nesse caso, as ações de uma pessoa trazem alívio momentâneo, mas podem ser danosas a médio ou longo prazo. Nem sempre ceder aos impulsos é algo negativo que trará consequências futuras. Em situações assim, não se entende o comportamento impulsivo como um problema psicológico ou psiquiátrico. Tomar decisões ou agir de modo imprevisível, sem conseguir enxergar claramente as consequências (ou mesmo enxergá-las, mas não conseguir considerar sua importância no processo de tomada de decisão) indica um problema no controle dos impulsos. Sentir ansiedade ou confusão mental antes de ceder a um impulso é sinal de que a impulsividade pode ser sintoma de algum outro transtorno ou patologia. No caso da cleptomania, por exemplo, os indivíduos se submetem ao risco de serem pegos furtando algo que não lhes é necessário naquele momento. Entretanto, não conseguem resistir à tentação.

A compulsão

A compulsão, por outro lado, se refere a ideias e ações repetidas, que acabam por dominar o pensamento de uma pessoa, prejudicando sua rotina e suas relações. A compulsividade se expressa em comportamentos repetitivos, que se tornam rotineiros. A pessoa que sofre com ela tem a certeza de que, se evitar suas compulsões, algo significativamente negativo pode acontecer. Esse é um processo mais complexo do que a impulsividade e é, necessariamente, entendido como um problema psiquiátrico ou psicológico. Pessoas que sofrem Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), podem até entender, por exemplo, que não é necessário checar 20 vezes se a porta de casa foi trancada, mas enquanto não fizerem a vigésima checagem não conseguem dormir em paz. O mesmo tipo de comportamento é visto em pessoas que sofrem transtornos de acumulação. Nesses casos, a pessoa entende, em algum nível, que seus hábitos de acumulação lhe causam problemas. Ela percebe o gasto excessivo de dinheiro em objetos que não são necessários ou repara na falta de espaço em casa para guardar todos os seus pertences. Ainda assim, são emocionalmente incapazes de parar de acumular.

Fique atento

Como visto, impulsividade e compulsão são comportamentos distintos, mas que se parecem em vários aspectos. Não raramente, impulsividade e compulsão são tratadas como comportamentos que dizem respeito à personalidade de uma pessoa, mas podem ser sintomas de algum problema psiquiátrico. Caso perceba uma impossibilidade de resistir a impulsos que lhe traz consequências negativas, não deixe de buscar apoio profissional.

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